Com a voz de Deus – Gospel

Fabrício Souza
Fabrício Souza

História: Vindo do inglês, “Gospel“ significa boas novas, e é um estilo de música que depende da cultura e do contexto social, mas que é tratado por muitos como música cristã. Ela tem esse nome por fazer lembrar as boas novas da Bíblia que são escritas no novo testamento. No Brasil, a música Gospel chegou através de missionários batistas e presbiterianos americanos. Algumas igrejas adotaram o estilo tradicional deste gênero e traduziram os hinários para a língua portuguesa, como o Cantor Cristão e a Harpa Cristã. O estilo surgiu na década de 70, mas com um sentido bem diferente do tradicional.

O arquétipo Gospel: O arquétipo está presente na humanidade – qualquer modelo, tipo ou paradigma – para definir algo. Para muitos a música gospel representa o lírico, o ser em margens plácidas entrando no amor em cristo, a voz leve e doce que caminha com os anjos em direção ao Pai. Quando o leque de possibilidades oferece o gênero rock em sua interpretação, pode causar estranhamento e muita confusão.

Revolução: A banda Êxodos, surge no Brasil em 1970, como a primeira banda de rock gospel do país. Ao som de bateria, guitarra e teclado, adolescentes invocam a trindade na base dos berros – tornando-se até matéria na revista Veja. Com maneiras extravagantes em seu vestuário e estética; cabelos compridos e roupas rasgadas; a banda pautava a verdadeira liberdade, distante do ideal “sexo, drogas e rock n’ roll“. Os integrantes da Banda não preocupavam-se apenas em entreter pessoas, obter lucros com materiais no comércio de discos, mas sim, praticar a comunhão, com jovens prisioneiros da depressão, escravos do vício, buscando florescer mentes no vazio.

Apesar do movimento pela libertação e mudança de vida, a banda foi compelida por um discreto convite a encerrar suas atividades, por não comportarem a tradicionalidade de Deus. Com essa exposição pergunto-lhe caro leitor, os costumes são mais importantes que os ideais? Ficamos aprisionados em nossos arquétipos, fechando os ouvidos para a mesma voz de fé, por causa de irmãos que não utilizam-se do mesmo vestuário. Consideremos o intuito mais forte que as palavras escolhidas, o amor mais forte que as tristes lembranças, a liberdade como bem-comum, distanciando-se da intolerância ao diferente.